Brasil

Operação Tempus Veritatis inclui cumprimento de mandados no Paraná

Almirante Garnier, Bolsonaro e ex-ministro Paulo Sergio são alvos alguns dos alvos

A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Filipe Martins, ex-assessor especial do ex-presidente Bolsonaro, foi preso na casa da namorada, em Ponta Grossa, e levado para Curitiba.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

O general Estevam Teóphilo, um dos alvos de busca e apreensão na operação da Polícia Federal, teria garantido ao ex-presidente Jair Bolsonaro que colocaria sua tropa na rua para apoiar um golpe de estado. A informação é de Malu Gaspar, em O Globo.

De acordo com fontes da PF, a informação foi fornecida pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada, e teria sido corroborada por mensagens e registros da participação de Teophilo na reunião em que Cid relatou ter sido discutida a minuta de golpe, com a presença de Bolsonaro e comandantes das Forças Armadas.

De acordo com a PF, nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

Entre os alvos de busca e apreensão estão aliados muito próximos do ex-presidente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Almir Garnier e Tercio Arnaud.

Já entre os quatro alvos dos mandados de prisão estão: Rafael Martins de Oliveira (major das Forças Especiais do Exército), Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro), Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel do exército) e Marcelo Camara (coronel do Exército).

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. (inf via Angelo Rigon))

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